ESTADOS DE SER
Na cor da substância, sentir o abstrato, extrato do pensar que alimenta como fornalha a máquina de carne e osso; alimento imagético da vida onde a igualdade de ser está na pura e simples imagem da ausência.
Querer não importa; é uma questão de adaptação ou falta de ação na busca de entender o outro, que com sua garganta seca, sem voz, exprime em gritos surdos, gestos transtornados – a dança; o conteúdo.
Será que o resultado seria o mesmo se estivéssemos nus; nus de peles artificiais; nus de artificiais conclusões; nus, sem ir ou vir. Nus.
O que é amar, o que é ódio ou repulsa, o que é ser; talvez como dizia o velho - “ser ou não ser”, palavras; signos. Um só; um são; um muitos; um nada. Substância corpórea animada sensível e racional – Ser.
Puramente sensual em um formidável contraste de perdas, enlaces, despedaçamentos e entrega - “Estados de ser”, coreografia apresentada pela Cia. Jorge Balbyns (SP), tem na interpretação dos bailarinos Jorge Luiz Balbyns, responsável pela coreografia e Pedro Ribeiro, trilha sonora sugerida, o estabelecimento de uma constante mutualidade de contemplação e incontemplação, sem que cada um abdique de sua real situação – submissão e poder.
Na cenografia: uma cadeira, um livro e um par de sapatos; coordenação de Wilton Garcia e na produção Gabriela D'Elia. Excelente espetáculo!
texto/fotos: Assis garceZ
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