quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Em cOnto



 No banco detrás ele e seu amiguinho inseparável – um golfinho de borracha que escolheu em uma montanha de brinquedos. Na frente no volante, sua mãe, mulher forte que insiste em não ter homem algum acordando ao seu lado; destino – escola; depois vaguear pela cidade; hoje – a tão esperada folga. Na cabeça um pensamento fixo – água; não para matar a sede, não, não estava calor. Água. Foi ao supermercado, tinha algumas coisas para comprar, acabara de lembrar. Saiu, olhou para o relógio - quase dez da manhã, resolveu visitar uma amiga, ligou - celular fora de área; deduziu – motel com o amante; mudou o rumo mas não o pensamento – água; agora um impulso quase incontrolável. Parou o carro, desceu e seguiu. Nada mais importava, passou pela areia, viu que estava sozinha - se despiu; no corpo, a beleza de uma mulher de 40 anos; alta e essencialmente molhada – fogosa, tal e qual as mulheres de Milo Manara. Mergulhou e, logo começou a festa – um coito, não um coito comum, isso não. Perdeu a noção do tempo, aliás, de tudo; um gozo atrás do outro; agora não uma mulher - uma sereia em pleno cio. Enfim acabou; ela extasiada e satisfeita; quase satisfeita. Ele, um golfinho de volta as profundezas do mar – seu lar.


por: Assis  garceZ 

Nenhum comentário:

Postar um comentário