quarta-feira, 31 de outubro de 2012

dançAR



 Curitiba/PR - Brasil


 HABITAT DO SOM
Do coração aos Poros – Dos Poros ao Chão





O corpo percussor regido pelo sapateado – produtor de sons e imagens - que busca no espaço inserido a extensão desse mesmo corpo como forma de comunicação, o espaço não somente um invólucro, um meio; veículo, mas tanto quanto – dança em gestos sonoros, marcado pela belíssima coreografia onde o sincronismo entre os sapateadores Hany Morgenstern, Sharon Morgenstern e Luan de Rosa e Souza cria em instantes um amálgama de imagens e sons. Muito bom!





luan.de.souza@hotmail.com



fotos/texto: Assis  garceZ

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Em cOnto


Ressaca; sem grana, vou a igreja pegar o único alimento disponível – pão – doação dos bondosos fiéis. Cheguei cedo demais, sento em frente ao altar e ao meu lado um corpo franzino se acomoda, um olhar miúdo de menina me encara, pega minha mão e me arrasta. No canto um pouco escondido, paro em pé, e com gestos rápidos e práticos coloca pra fora da calça e enfia na boca com uma voracidade que só me resta ficar pasmo diante de tamanha gula; o corpo em completo frenesi treme enquanto se retorce tentando engolir tudo que está em sua frente; chupa, suga, geme; insana em perfeito estado de transe – que transe; não deixa escorrer nem uma gota, enquanto sua língua enrosca tudo na boca; o rosto não é o mesmo; o olhar não é o mesmo; ela não é a mesma e quando parcialmente terminado, tira vagarosamente – não deixando escorrer uma gotinha sequer - olha pra mim, e, com maroto sorriso diz:
- eu gosto é assim; cavalo abrasador.
- Eu?!



por: Assis  garceZ

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Br 101 - Rumo ao Extremo Sul do Brasil / Towards the Extreme South of Brazil


enSaio / esSay - Curitiba/PR - Brasil
















 












fotos/photos: Assis  garceZ

dançAR

 Curitiba/PR - Brasil


Dente de Leão

 Liberdade de luz

 



 
Uma flor murcha aprisionada em sua beleza de outrora, que contrariando os ditos da natureza vai ganhando vida; força em movimentos não comandados pelo vento, parceiro eterno, e sim pela tenacidade e imensa vontade de viver – livre;  expondo seus vigorosos movimentos como condição em contrapor uma fragilidade aparente, impregnada pelo simples fato de ser o que é. Fragilidade, alimento coreográfico; alimento de vontade em gritar mesmo que de forma contida a dor em romper a aparência natural vigente na busca do real momento de ser; um esforço tenaz em subverter o padrão vigente – gente; contudo o doce sabor do desabrochar em pétalas livres por um sambar sem samba, culmina na desconstrução do rebolado como síntese de libertação expresso magistralmente pelo sorriso corporal da bailarina e intérprete/criadora Bruna Spoladore na conquista constante em simplesmente dançar. Dançar. Belo espetáculo. 
  




fotos/texto:  Assis  garceZ